quinta-feira, 11 de julho de 2013

Homilética - A arte de preparar expor mensagens bíblicas


A pregação é um milagre duplo. O primeiro milagre é Deus usar um homem imperfeito, pecador e cheio de defeitos para transmitir Sua perfeita e infalível Palavra. Trata-se de um Ser perfeito usando um ser imperfeito como seu porta-voz. Só um milagre pode tornar isso possível. O segundo milagre é Deus fazer com que os ouvintes aceitem o porta-voz imperfeito, escutem a mensagem por intermédio do pecador e, finalmente, sejam transformados por essa mensagem. Esse é o grande milagre da pregação. As técnicas são indispensáveis para uma boa pregação. Embora todas as técnicas ajudem o pregador, porém, não fazem dele um pregador. Par ser um bom pregador é preciso ter a técnica e algo mais. Esse algo mais é o milagre do Espírito Santo. O pregador deve orar, meditar na palavra e se colocar inteiramente nas mãos de Deus, para então, depois disto, pregar. A leitura é uma parte importante do sermão. Ela deve ser bem feita, observando as pontuações estabelecidas, com suas pausas e mudança de personagem. O pregador precisa manter o contato com o público através do olhar, se fazendo próximo dos ouvintes.

Jesus disse: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Marcos 16.15). Esta foi uma das principais tarefas deixadas pelo Senhor à sua Igreja. Somos chamados a proclamar ao mundo a salvação de Deus.
De certo modo podemos fazer isso de forma natural, sem ter necessidade de ser auxiliado por qualquer tipo de conhecimento técnico. Todavia, quando se trata de um discurso público, em que estaremos entregando a mensagem de Deus a uma audiência específica, cabe-nos fazer de maneira mais eficaz possível, visando fixar nos nossos ouvintes a referida mensagem. Para isso, vale-nos utilizar da Homilética, ou a arte de fazer homilia.
Toda ação a ser realizada pode ser feita de diversas maneiras. Algumas são totalmente erradas; outras, ainda que não completamente, contêm elementos que não são aprováveis ou louváveis. Dentre as maneiras corretas existem muitas, e nosso compromisso é buscar maneiras cada vez mais eficazes de realizá-la. Ao expor uma palavra em uma reunião pública, podemos fazer isso de muitas maneiras diferentes, porém se buscarmos a eficácia, nós não nos contentaremos com formas confusas, vazias e ambíguas de apresentar nosso sermão.
Queremos que as pessoas tenham a sua atenção voltada para aquilo que estamos ministrando. Queremos que elas de fato se interessem por aquilo que está sendo dito. Por isso, não só o que dizemos, é importante.
Não precisamos de muito esforço para saber que a clareza é melhor que a impressão, que algo dito de modo criativo é melhor do que algo dito de modo banal. A estética não é o principal, mas nem por isso deixa de ser importante.
Tomemos a própria Bíblia e teremos um claro exemplo disso. Nela temos diversas pregações e proclamações proféticas. A maioria delas era feita de uma forma poética, ritmada, harmoniosa. Muitos profetas bíblicos podem facilmente concorrer com os maiores poetas da história. Os sermões de Moisés no livro de Deuteronômio possuem uma beleza e uma harmonia toda especiais. Não é porque algo é belo que é verdadeiro. Não é porque é verdadeiro que não precisa ser belo. A beleza, a clareza e a ordem não são as únicas coisas que bastam em um sermão, mas nem por isso são dispensáveis.
A Homilética é uma ferramenta. Ela se destina facilitar a exposição da mensagem, fornecendo um método, isto é, um caminho por onde um determinado conteúdo pode ir do emissor para o receptor sem ruídos. Na verdade ela apresenta caminhos diferentes para variados tipos de mensagem e público, ela estabelece certas regras, corrige certos vícios e propõe certas ações na exposição que ajudam o pregador a dizer o que precisa ser dito.
Como toda ferramenta, é preciso tempo e continuidade para se arrepender a usá-la. As primeiras experiências nem sempre são bem sucedidas e muitos acabam se sentindo engessados em sua exposição. Isso é normal. Com o passar do tempo verifica-se que é um instrumento muito útil de ordenação de pensamento. Ter uma mensagem é uma coisa. Ter um esboço, um roteiro através do qual a mensagem vai fluir do meu coração para o coração do meu público é outra coisa. Não dispensemos a ferramenta. Ela não é tudo, mas é importante. Na verdade, muito importante.
A Homilética evangélica geralmente procura ir além de uma mera exposição das formas do sermão, ela pretende orientar todos os aspectos que envolvam o pregador em seu trabalho e transmitir sua pregação. Há muita coisa envolvida, desde o seu comportamento no púlpito até seu caráter. Tudo isso precisa ser levado em conta. Muita coisa que em um primeiro momento pode parecer sem importância se mostrará indispensável com o passar do tempo.

1.         DEFINIÇÕES DO QUE É HOMILÉTICA E DE TERMOS
RELACIONADOS A ELA

   1.1 Homilética é a ciência que se ocupa com a pregação cristã e, de modo particular, com o sermão proferido no culto, ou seja, no seio de uma determinada comunidade evangélica ou cristã. Homilética é a disciplina que nos leva a falar com elegância, desenvoltura e propriedade bíblica.

  1.2  O termo Homilética provém do vergo grego “homilein”, que era utilizado pelos gregos sofistas para expressar o sentido de "relacionar-se ou conversar" este termo passou a ser usado para denominar a "arte de pregar um sermão". Daí deriva o termo "Homilética" e suas formas de expressões, pois desde então e muito cedo, a Homilética passou a fazer parte da teologia prática.

1.3  Temos que deixar bastante claro que a Homilética não é a mensagem. Ela é uma disciplina que orienta o pregador para melhor entregar a mensagem de Deus aos homens que no contexto teológico é conforme os relatos bíblicos.

  1.4  A Homilética tem como objetivo primordial desde o seu tempo mais remoto orientar os pregadores na dissertação de suas ideias e, ao mesmo tempo, fazer que os mesmos adquiram princípios gerais corretos e despertá-los a terem ideia do erro e das falhas que eles em geral cometem enquanto estão expondo um texto bíblico de maneira formal para um auditório.

  1.5  O termo grego "homília" significa um discurso com a finalidade de convencer e agradar. A Homilética hoje significa claramente "A arte de elaborar e pregar um sermão". A arte de falar em público nasceu na Grécia antiga com o nome de Retórica. O Cristianismo passou a usar esta arte como meio para a pregação do evangelho de Jesus Cristo. Vejamos algumas definições que envolvem essa disciplina:


·         Discurso: É um conjunto de ideias ordenadas em frases, faladas em público.
·         Homilética: É a ciência ou a arte de elaborar e expor um sermão.
·         Oratória: É a arte de falar ao público.
·         Pregação: É o ato de pregar um sermão, é o ato de anunciar a palavra de Deus.
·         Retórica: É o conjunto de regras relativas à eloquência, é a arte de falar bem em público e para o público, de maneira formal.
·         Sermão: É o discurso cristão, pronunciado do púlpito ou não, levando em conta as regras homiléticas.

   FONTE: APOSTILA HOMILÉTICA DO CENTRO DE DESENVOLVIMENTO TEOLÓGICO KERIGMA