Um convite para repensarmos os nossos relacionamentos com Deus, com as pessoas e com a vida...
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Compromisso
Aquele que já teve um encontro pessoal com Jesus Cristo
sabe que no Calvário, Ele fez conosco um pacto, uma aliança, um concerto
eterno. Este ato nos trouxe para um relacionamento íntimo com Deus, estamos
agora em uma aliança de direitos, que nos fez co-herdeiros com Cristo, como filhos amados do Pai,
mas também nos levou neste relacionamento ao outro lado da moeda que são os
deveres, que implicam em comprometimento, em cumprir os seus mandamentos, cujo
maior deles é amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Assim
este relacionamento com Deus, precisa afetar todas as áreas de nossa vida,
permeando todos os nossos vínculos, gerando novas atitudes e comportamentos,
alinhados com a ética do Reino dos Céus que Jesus veio nos trazer e que os
sermões de Jesus, suas parábolas e seus conselhos, fizeram questão de
enfatizar.
Alegria
“Regozijai-vos sempre”.
(1 Tessalonicenses 5:16)
Otimismo com realismo, esperança e fé. É assim que defino uma pessoa que vive de acordo com este conselho de Paulo. Ela sabe que nem tudo no mundo são flores. Ela sabe que tem dias que são maus e parecem que não vão ter fim, contudo carrega em seu peito um otimismo realista, ou seja, admite os obstáculos, não os ignora nem tenta agir como se os desafios não existissem, mas carrega cotidianamente as suas reservas de força na compreensão que mesmo não sabendo como as coisas vão terminar, ela acredita que o melhor de Deus ainda está para chegar em sua vida.
Celebração
Celebrai com júbilo ao SENHOR,
todas as terras.
Servi ao SENHOR com alegria; e entrai diante
dele com canto.
Sabei que o SENHOR é Deus; foi ele que nos fez,
e não nós a nós mesmos; somos povo seu e ovelhas do seu pasto.
Entrai pelas portas dele com gratidão, e em seus
átrios com louvor; louvai-o, e bendizei o seu nome.
Porque o SENHOR é bom, e eterna a sua
misericórdia; e a sua verdade dura de geração em geração.
(Salmos
100:1-5)
Este
salmo nos ensina duas coisas muito importantes sobre as quais nossos
relacionamentos devem ser estabelecidos, para tornar nossa vida mais feliz e
satisfatória para que possamos celebrá-la, que é a gratidão e o louvor:
Gratidão: ser grato é aprender a ver a vida não pelo ângulo das impossibilidades, das perdas, adversidades, problemas e sofrimentos, mas considerar e ver o universo, como quem procura o que está certo, bom e agradável, com as “lentes da graça divina”. É olhar ao meu redor e reconhecer tudo o que de bom tenho experimentado nesta existência, o que tenho que pessoas dariam tudo para ter e eu possuo. Você não imagina quantas pessoas dariam a vida para viver a vida que você vive, ter o que nós temos, ser como nós somos. Ver a vida com gratidão possibilita uma satisfação e um contentamento que nos arremete a agradecer por tudo o que somos, temos e usufruímos na e da vida.
Louvor: assim vive aquele que é grato ao Criador, sua vida é um infindável hino, ele é uma “doxologia ambulante”, como todo mundo, ele chora, ele se aflige, se angustia, tem problemas, enfrenta a dor, tem decepções, fica enfermo, perde parentes e amigos para a morte, mas suas atitudes diante de tudo o que é desconfortável, não é espraguejar ou culpar ao seu Deus, antes esta pessoa, que pode ser eu ou você, se volta para os atos de bondade de Deus e o invoca com louvor e cânticos. Não estou propondo aqui rir e cantar na hora do luto, que precisa ser vivido e respeitado, mas proponho que passado este “tsunami”, se levante, enxugue as lágrimas, lave o rosto e “bola pra frente”, como diz um amigo meu: - Toca o barco!
Vivamos
adorando a Deus em
louvor, não só com os lábios mas com a nossa vida.
Liberdade
Estai, pois, firmes na
liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do
jugo da servidão.
(Gálatas
5:1)
Existem
hoje muitas religiões e filosofias que pregam a liberdade, porém o que se
observa é o contrário da liberdade, que pode se manifestar de duas formas:
Na Libertinagem: que é o uso indevido de sua livre escolha, gerando pessoas aprisionadas nos vícios físicos, emocionais, como drogas, prostituição e rebeldia do ser humano contra o seu Criador. Tornado aquele que é a imagem e semelhança de Deus, uma caricatura do que Ele projetou para sua vida.
No Legalismo: que é um sistema de crenças, que nos coloca debaixo de um sistema de doutrinas com roupagem cristã, mas baseadas mais nas leis do Antigo Testamento, em tradições eclesiásticas e institucionais, e em “doutrinas de homens”, do que na proposta de Reino que Jesus nos trouxe. O Reino de Deus é um novo estilo de vida baseado no amor, onde a obediência não é a causa que propicia a salvação, pois esta é o efeito de um relacionamento da criatura com o Criador, do filho com aquele que o tem por Pai.
Este
jeito de viver a vida, de liberdade no Espírito, estava sendo ameaçado nas
igrejas da Galácia na época de Paulo. Ele quando soube disso, tratou de forma
apologética as doutrinas cristãs, demonstrando para os gálatas que não era
necessário aceitar Cristo, recebendo sua graça e acrescentar a guarda de
preceitos, leis e tradições judaicas para ser salvo. Hoje muitas ideologias,
tidas como cristãs ou bíblicas, não passam de mera tradição eclesiástica de
denominações centenárias, que tentam impor aos desavisados seus preceitos
litúrgicos e pressupostos teológicos, como sendo o caminho para Deus,
esquecendo que Jesus Cristo é o caminho perfeito e suficiente para um relacionamento
sadio com o Pai.
A
verdadeira “lei da liberdade” atua sobre nossos pensamentos, atitudes e
reações, nos tornando pessoas mais responsáveis não por medo do castigo eterno
iminente ou remoto, mas devido ao amor de Deus que nos “constrange” em toda a sua
imensidão, que foi derramado em nossos corações, pelo Espírito de Cristo.
Integridade
E o mesmo Deus de paz vos
santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente
conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.
(1 Tessalonicenses 5:23)
Este texto me ensina que devo viver uma vida íntegra, ou seja, inteira para Deus. A chamada para ser santo é uma chamada para nos entregarmos ao Pai por inteiro, espírito, alma e corpo. Quando há esta entrega a nossa mente passa por transformações diárias e contínuas, onde o Espírito e a palavra de Deus se incumbem de gerar em nós outro caráter, outra índole, que afetará todas as áreas de nossos relacionamentos. Outra ética, outra moral, outro comportamento norteará as nossas escolhas e decisões.
Graça
Porque pela graça sois salvos,
por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.
Não vem das obras, para que ninguém se
glorie;
(Efésios
2:8-9)
Graça é comumente vista como o favor imerecido de Deus, contudo creio que ela é muito mais que isso, é aquela certeza que Deus nos ama e nos quer bem do jeito que somos. Sabendo disto passamos a viver uma vida não firmada em uma tentativa constante de ter um bom desempenho diante do Criador, mas gratos pelo que ele faz por nós sem merecermos. Assim nos libertamos do peso da culpa e somos livres para libertar outras pessoas também. Isto é lógico, não deve nos levar ao abuso de sua graça, nos tornando levianos e irresponsáveis, antes deve nos conduzir á uma caminhada de maior intimidade com o nosso Pai Eterno.
Entendo que a graça é algo para ser experimentado, entendido e compartilhado. Não é justo ser tratado com graça e tratar os outros com a lei dura e exigente. A maior alegria de Deus é quando um pecador recebe a graça divina e não só usufrui dela mas compartilha com os seus semelhantes, liberando perdão, sendo misericordioso com os outros em seus relacionamentos, da mesma forma que o Senhor é com ele.
Amor
Quando falo de amor me refiro a atitudes e não somente a
sentimentos, pois “amor” é um verbo e como tal, aponta para ações e não apenas
para um sentimento que pode existir uma hora e desaparecer na outra. A decisão
de amar, nos leva a tomar atitudes com relação à Deus, ao próximo e à vida que
alteram a forma como lidamos com tudo que vivenciamos.
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não
tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de
profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse
toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada
seria.
E ainda que distribuísse toda a
minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para
ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor
não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não
busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga
com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera,
tudo suporta.
O amor nunca falha; mas havendo
profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência,
desaparecerá;
Porque, em parte, conhecemos, e em
parte
profetizamos;
Mas, quando vier o que é perfeito,
então o que o é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como
menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser
homem, acabei com as coisas de menino.
Porque agora vemos por espelho em
enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então
conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a
esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.
(1
Co 13.1-8)
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