É o
tema mais importante do Evangelho, é a esperança de toda a raça humana. Todos
os temas bíblicos são edificados em torno dele.
Mas,
antes de falarmos sobre o novo nascimento e seus benefícios para o homem, é
preciso entender o plano original de Deus em sua criação, como este plano foi interrompido,
e como foi resgatado na pessoa de Jesus Cristo.
O
plano original de Deus
1. O homem foi criado por Deus a sua imagem e
semelhança
Gn 1.27 - “Criou
Deus, pois o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou, homem e mulher os
criou”.
Gn 2.7 - “Então formou o
Senhor Deus do pó da terra, e lhe soprou nas narinas o fôlego da vida, e o
homem passou a ser alma vivente”.
2. Ao criar o homem Deus assumiu o compromisso
de abençoá-lo
Gn 1.28 - “E
Deus os abençoou, e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra
e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céus, e sobre
todo animal que rasteja sobre a terra”.
3. Ao criar o homem Deus lhe deu uma tarefa:
cultivar e guardar o jardim.
Gn 2.15 -
“Tomou, pois o Senhor Deus o homem e o colocou no Jardim do Éden para cultivar
e o guardar”.
4. Ao criar o homem Deus lhe deu uma ordem:
não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal
Gn 2.16, 17 - “E
lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente , mas da árvore
do conhecimento do bem e do mal não comerás; porquê no dia em que deles comeres
, certamente morrerás.
5. O homem foi criado com o Livre Arbítrio
Livre
arbítrio é a capacidade concedida por Deus ao homem de conscientemente fazer
suas próprias escolhas. A Bíblia nos mostra claramente que ao criar o homem,
Deus fez ele diferente de todos os demais seres viventes, com inteligência e
capacidade de tomar decisões. Isto se evidencia pelo fato de Deus ter dado a
ele a liberdade de obedecer ou não a sua ordem quanto à prática do pecado. A
seguir veremos que o homem pecou por uma decisão consciente:
Gn
2.17
- “Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás ; porque no dia em
que dela comeres certamente morrerás”.
Gn
3.6
- “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer agradável aos olhos e
árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também
ao marido, e ele comeu”.
O
homem no estado de pecado
Livre
para escolher entre a obediência e a desobediência a Deus, o homem, incitado
pela serpente (Satanás), tomou a decisão errada: desobedeceu, comendo do fruto
que Deus havia proibido. Começou, assim no mundo, o pecado com todas as suas
terríveis consequências (Gn 3.1-7).
A
palavra “pecar” significa “errar o alvo”. Por causa do pecado de
Adão e Eva, o plano inicial de Deus foi interrompido, e toda humanidade foi
afetada. A Bíblia declara que em Adão:
1. Todos
nós nos tornamos pecadores: Rm 3.23
- “Pois todos pecaram e destituídos estão da Gloria de Deus”.
2. Todos
nós ficamos espiritualmente mortos: Rm
6.23 - “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é
a vida eterna, em Cristo Jesus nosso Senhor”.
3.
Todos nós ficamos separados de Deus: Is
59.2 - “Mas os vossos pecados fazem separação entre vós e o vosso Deus e os
vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça”.
4.
Todos nós recebemos uma herança maldita: Sl
51.5 -“Eu nasci na iniquidade e em pecado me concebeu minha mãe”, Rm 8.7 - Por isso a inclinação na carne
é inimizade contra Deus.
5. O
homem era incapaz de redimir-se pelo seu próprio esforço: Rm 3.20 - “Visto que ninguém será justificado diante dele por obras
da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado”; Gl 2.16 - “Sabendo, contudo, que o
homem não é justificado por obras da lei e sim mediante a fé em Cristo Jesus...”.
O
que é o “NOVO NASCIMENTO”?
É o
princípio da nova vida espiritual que Deus dá a quem estava espiritualmente
morto, por causa do pecado. É a experiência mais marcante na vida de uma
pessoa e acontece mediante a identificação com o sacrifício expiatório
de Jesus na cruz do Calvário. Note o que o próprio Jesus declara sobre o novo
nascimento:
Jo
3.1-7 - “Havia entre os fariseus, um homem, chamado Nicodemos,
um dos principais dos judeus. Este, de noite foi ter com Jesus e lhe disse:
Rabi, sabemos que és mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer
estes sinais que tu fazes se Deus não estiver com ele. A isto respondeu Jesus: Em
verdade, em verdade vos digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o Reino
de Deus . Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode
porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez? Disse Jesus: Em
verdade, em verdade te digo: Quem não nascer da água e do Espírito não pode
entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne, é carne: e o que é nascido
do Espírito é espírito.”
Jesus
estava dizendo que o nosso espírito, morto por causa do pecado lá no Jardim do Éden,
deve nascer de novo, para que Deus, que é Espírito, possa reinar em nossas
vidas; estava dizendo também que a alma deve se sujeitar com todos os seus
anseios ao domínio do Senhor e que a carne deve ser crucificada com todos os
seus desejos e valores.
O
Novo Nascimento é descrito nas Escrituras através de diferentes termos
Transformação –
mudar a condição, natureza e caráter de algo: Rm 12.2 - “E não vos conformeis com esse século, mas
transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja
a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.
Justificação – É o ato pelo qual um
pecador é liberto pela fé, da pena do pecado e é aceito por Deus como justo e
digno de ser salvo (Rm 5.1).
Conversão – Fazer mudar de parecer, de
modo de vida; mudar a natureza de; substituir; tornar-se diferente.
Regeneração –
Construir ou trazer à existência novamente; renovação espiritual (1 Pe 1.23).
Remissão – Compensação,
pagamento; perdão, alívio, consolo, etc. (Rm
3.23 e 24).
Reconciliação – É
a restauração ao estado original: cura completa do relacionamento, reunindo as
partes que estavam em desacordo (Rm 5.10).
Salvação – Libertação, que
alguém ou algo necessita ser salvo.
O
desejo de Deus é salvar todas as pessoas
Diversas
passagens nas Escrituras descrevem que o desejo de Deus não foi salvar apenas
algumas pessoas, mas o seu desejo foi “redimir toda a humanidade”.
Ex: Atos 17.30 – Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora
porém notifica aos homens que todos em toda parte se arrependam
1 Tm 2.4 – “
o qual deseja que todos os homens sejam
salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade”
Como
pode então o homem nascer de novo?
O plano de Deus engloba dois aspectos importantes:
1º Aspecto: diz respeito à Graça de Deus. Deus
é totalmente Santo e Justo. Isto em seu caráter e em todos seus desígnios. Por
isso, após a queda do homem sua ira se acendeu contra este, já que a sua
natureza não poderia conviver com o seu pecado. O pecado teria que ser julgado
para que, então, o homem pudesse voltar a aproximar-se e relacionar-se com Deus.
A única forma de aplacar essa ira santa de um Deus Santo seria através de um
substituto, alguém que pudesse levar sobre si todo o pecado da humanidade, e
sobre o qual Deus pudesse “colocar” toda a “carga de iniquidade” da humanidade.
Foi
então que a bondade e a misericórdia de Deus moveram o seu coração, fazendo
enviar o seu próprio filho, também puro e santo, que voluntariamente assumiu
sobre si todo o pecado da humanidade. Este ato de bondade e misericórdia de
Deus nada mais foi que a manifestação da graça de Deus ao homem, revelada a nós
através do seu Filho Jesus Cristo.
Mas
o que é a Graça de Deus? Poderíamos definir a Graça como sendo um “favor
imerecido”. Ela inclui a longanimidade e paciência de Deus para com todos os
pecadores indistintamente. Ela é também, o poder sobrenatural de Deus repartido
ao homem para que este, não viva mais preso pelo pecado, mas passe a fazer, com
a ajuda do Espírito Santo, aquilo que é correto aos olhos de Deus.
Exemplos de passagens bíblicas que falam sobre a Graça de
Deus:
Rm 11.6 - “E
se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça”.
Ef 2.8 - “Porque
pela graça sois salvos, mediante a fé, e isto não vem de vós é dom de Deus”.
Tt 2.11 - “Porquanto
a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens”.
É
importante salientar que Deus fez sua parte enviando seu Filho amado, Jesus Cristo,
para dar vida a cada um de nós. Conforme João
3:16.
Jesus
também fez sua parte quando voluntariamente decidiu ,morrer em nosso lugar,
pagando assim a dívida pelo nosso pecado.
Ex: Jo 10.17 e 18 - “Por isso o Pai me ama, porque eu dou a minha vida
para reassumi-la. Ninguém a tira de mim: pelo contrário, eu espontaneamente a
dou. Tenho autoridade para entregá-la e também para reavê-la. Este mandamento
recebi do meu Pai”.
1 Jo 3.16 - “Nisto
conhecemos o amor, em que Cristo deu a sua vida por nós...”.
2º Aspecto diz respeito ao homem - Fé, Arrependimento
e Confissão: Da mesma forma como o pecado entrou na raça
humana por meio de uma decisão
consciente do próprio homem, conforme o seu livre arbítrio, assim também
o retorno ao plano original de Deus deve ter sua participação pessoal e
voluntária. As três atitudes que são importantíssimas neste processo:
● FÉ: É a atitude que as pessoas
conscientemente assumem mediante este sacrifício, ou seja, é a resposta
espontânea dos homens ao que Deus e Jesus já fizeram, a qual determinará ou
anulará a possibilidade de serem salvos. Ex: Mc 16.16 - Quem crer e for batizado será salvo; quem não crê será
condenado; Jo 1.12 – Mas a todos
quanto o receberam deu-lhes o poder de sermos feitos filhos de Deus.
● ARREPENDIMENTO: O
arrependimento bíblico significa uma mudança plena na velha maneira de viver,
uma mudança de atitude (no grego: mudança de mente). O nosso maior problema
para com Deus não está nas coisas erradas que fazemos, mas na nossa atitude
interior de independência e rebelião para com Deus. Quando mudamos a nossa atitude para com Deus, mudamos também os
nossos atos. Quando mudamos somente os nossos atos deixando de fazer algumas
coisas que consideramos erradas, mas permanecemos com a mesma atitude interior
de independência, logo voltamos a praticar os velhos e conhecidos atos.
Quais
os “frutos do arrependimento”?
Tristeza segundo Deus: 2 Co 7.10 - “Porque a tristeza segundo
Deus produz arrependimento para a salvação que a ninguém traz pesar, mas a
tristeza do mundo produz morte”.
Confissão do pecado: Sl 32.5 - “Confessei-te o meu pecado e
a minha iniquidade não mais ocultei. Disse: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões;
e Tu perdoaste a iniquidade do meu pecado”.
Renúncia do pecado: Pv 28.13 - “O que encobre suas transgressões,
jamais prosperará; mas o que as confessa e as deixa, alcança misericórdia”.
Ódio e repulsa pelo pecado: Ez 36.31 - “Então vos lembrareis dos
vossos maus caminhos e dos vossos feitos que não foram bons; terei nojo de vós
mesmos por causa das vossas iniquidades e das vossas abominações”.
CONFISSÃO:
Confessar vem
da palavra grega “homologeo”, que
significa concordar. Biblicamente “confessar significa concordar com Deus que
nossos pecados são pecados e não apenas erros ou falhas, e que isso ofende a
sua santidade e pureza”. Sendo assim quando exercemos fé no sacrifício de Jesus
e nos arrependemos da nossa condição de pecadores, precisamos “confessar” ou “declarar”
com os nossos próprios lábios que desejamos que Ele se torne o Salvador e o
Senhor de nossas vidas. Isso é o que torna o Novo Nascimento uma experiência
tão pessoal. Ex: Rm 10.9, 10 e 13 –
“Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que
Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo”.
O novo
nascimento é uma experiência individual, estendida a toda a pessoa
indistintamente, obtida através da obra redentora de Jesus Cristo na cruz, bem
como através da proclamação verbal e individual de quem Ele é. É através desta
experiência que o homem se torna um filho de Deus, livre do pecado, e
habilitado para desfrutar, nesta vida e também na vindoura de todos os
benefícios resultantes desta decisão.