segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Teologia do Nenê - Luiz Saião

                                               

É uma infantofobia geral. A discriminação é total. Os nenês não têm vez. A mídia apresenta com freqüência a defesa dos direitos dos mais diversos grupos. O direito dos negros, árabes, mulheres, índios, adolescentes, e outros grupos são manifestos. Até as mais diversas preferências sexuais também recebem sua apologética! Animais silvestres, plantas raras, gatos e cachorros também são contemplados. Até objetos cúlticos populares são protegidos legalmente contra a discriminação.

Já no caso dos nenês, isso não acontece! Os milhões de abortos praticados são “entendidos” a partir dos “problemas sociais”. As centenas de nenês abandonados pelos pais merecem apenas dó; mas, as mães, é claro, não têm culpa. Se elas tivessem matado uma arara, aí sim, seria um crime inafiançável, mas abandonar um nenê… Temos de entender o que as levou a fazer isso. Não podemos julgar! Os nenês jogados pela janela pelas mães ou maltratados em casa deviam ter maturidade para entender que as mães e as mulheres têm problemas de depressão e de estresse. Infelizmente, não existe o sindicato de defesa dos nenês para reclamar o direito dos mesmos. Assim, a infantoclastia se generaliza.

Na Bíblia, porém, não é assim. Os nenês têm lugar especial. Ainda que a maioria dos religiosos e teólogos não se importe muito com eles também. Nem mesmo os teólogos libertários, mais atentos a causas sociais, importam-se com os nenês! No caso de Deus, é diferente. É impressionante como Deus gosta de nenês! Para começar, sua primeira ordem para o primeiro casal criado é simples: “Sejam férteis e multipliquem-se!”, ou seja: “Tenham nenês” (Gn 1:28). Quando Deus constrói sua história de salvação através da Bíblia, os nenês têm papel importante. E tem mais! Nunca nenhum deles voltou-se contra Deus!

A preocupação dos patriarcas escolhidos por Deus em Gênesis era ter nenê! Abraão, o homem de fé, só ficou realmente feliz quando nasceu o nenê de Sara, sua mulher. A alegria foi tanta que o nome do nenê era “riso”, significado do nome Isaque (Gn 21:5-6). Depois, quando Rebeca, mulher de Isaque, tem dificuldades de ter nenê, mais uma vez, a bondade de Deus manifesta-se: nasce um nenê, ou melhor, dois: Esaú e Jacó. A história da redenção divina poderia concentrar-se em batalhas ou em visões apenas, mas Deus faz questão de mostrar a primazia do nenê. Toda vez que alguma coisa especial vai acontecer, lá está, adivinhe, o nenê.

Um pouco mais adiante, a situação do povo ficará muito difícil no Egito. Quem surgirá para libertar o povo? Um anjo? Um arcanjo? Que nada! De novo, um nenê. Moisés, o nenê, que era um menino bonito e extraordinário (At 7.20), foi o grande libertador. Os maus odeiam os nenês, por isso, Moisés é o grande sobrevivente do holocausto contra os nenês, promovido no Egito pelo faraó. Lembre-se, quando mais perverso, mais ódio aos nenês. Esse foi o caso de faraó (Ex 1.22) e de Herodes, nos tempos de Jesus (Mt 2.16-18). No final da época dos juízes, no momento mais crítico da história do povo, outro nenê, muito esperado, vai fazer diferença. Graças às orações de Ana e à bondade divina, Samuel, o nenê, chegou trazendo esperança para Israel (1Sm 1.20).

A supervisão divina na formação de um nenê merece atenção especial na Bíblia. O salmista dá-nos os detalhes, valorizando o nenê ainda não nascido, digno perante Deus, sem valor para os homens maus: “Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe. Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável. Tuas obras são maravilhosas! Digo isso com convicção. Meus ossos não estavam escondidos de ti quando em secreto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu embrião; todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes de qualquer deles existir” (Sl 139:13-18).

No aspecto teológico, os nenês também estão numa situação privilegiada. Por exemplo, a relação dos fiéis genuínos com Deus tem como paradigma “os nenês”: “Cuidado para não desprezarem um só destes pequeninos! Pois eu lhes digo que os anjos deles nos céus estão sempre vendo a face de meu Pai celeste” (Mt 18.10). Quando chegamos ao campo da hermenêutica, ou da recepção e compreensão da revelação divina, novamente a vantagem é de quem é mais parecido com um nenê: “Naquela ocasião, Jesus disse: ‘Eu te louvo, Pai, Senhor dos céus e da terra, porque escondeste estas coisas dos sábios e cultos, e as revelaste aos pequeninos (literalmente “nenês”). Sim, Pai, pois assim foi do teu agrado’.” (Mt 11.25-26).

Hoje em dia há uma grande discussão litúrgica na igreja. Qual é o louvor correto? Que instrumento usar? Que estilo é melhor? Tradicional? Avivado? Contemporâneo? Devemos louvar de frente? De costas? Sem costas? De lado? Tudo bobagem! Quem tem a resposta? De novo, os nenês! Basta ler a Bíblia. E lhe perguntaram: “Não estás ouvindo o que estas crianças estão dizendo?” Respondeu Jesus: Sim, vocês nunca leram: Dos lábios das crianças (literalmente “nenês”) e dos recém-nascidos suscitaste louvor?” Aqui é até mais fácil entender: nenês não vendem CDs, não cantam para aparecer, são absolutamente sinceros e não têm palavreado vazio de crente!

Talvez esta primazia dos nenês e a predileção divina por eles explique o ódio contra os pobres pequeninos. Imaginem só: no mundo “civilizado”, é um “direito” matar nenês antes que nasçam, mas … tudo dentro da “lei”, como na época do estado nazista de Hitler. O chamado primeiro mundo está sofrendo por falta de nenês. As pessoas instruídas, cultas e ricas não gostam de nenês. Isso pode diminuir o valor delas na sociedade! Os psicólogos estão mostrando que muitas pessoas têm problemas sérios hoje porque foram maltratados quando eram nenês. Infelizmente, há até comércio de nenês! Que horror! Cuidado! O Deus, que é o Deus dos nenês, pode ficar irado e resolver agir!

A grande verdade é que o lugar do nenê é tão especial que Deus resolveu invadir a história humana na figura de um nenê. Em vez de descer diretamente do céu, ou de chegar repentinamente com um exército celestial para implantar Seu Reino, Deus preferiu a forma mais sublime de aproximar-se do homem: Vir como um nenê. Veja o que diz Lucas: “Enquanto estavam lá, chegou o tempo de nascer o bebê, e ela deu à luz o seu primogênito. Envolveu-o em panos e o colocou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.” (Lc 2:6-7)

Diante disso, vale aqui lembrar as palavras de Madre Teresa de Calcutá, que parece ter percebido grande parte dessa importante realidade: “Temos medo da guerra nuclear e dessa nova enfermidade que chamamos de AIDS, mas matar crianças inocentes não nos assusta. O aborto é pior do que a fome, pior do que a guerra”.

Aqui vai um conselho espiritual. Antes de ler a Bíblia e de fazer uma oração, procure um nenê, de preferência dormindo, e gaste dois minutos em silêncio olhando bem para ele. Pronto! Você está pronto para meditar e orar. Depois de tudo isso, acho que está na hora de parar por aqui. Já escrevi muito. Como um nenê, desculpem-me, preciso chorar.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Inteligência Social - Daniel Goleman (Dica de Leitura)

                                                     

O trabalho de Daniel Goleman veio alterar a forma como os líderes e as empresas atuam. Segundo este, o desenvolvimento da inteligência social do líder é responsável por um aumento exponencial da performance da empresa. 

Daniel Goleman diz-nos que a inteligência emocional está focada na pessoa, na sua autogestão, na consciência dos seus sentimentos e paixões, do que o motiva e do que o deprime, do que o torna mais eficaz e do que diminui o seu desempenho. Esta centra-se na própria pessoa, no seu desempenho, disciplina, motivação e foco.

Mas não basta a um líder para ser eficaz que domine a inteligência emocional, uma vez que para isso está dependente do desempenho de outros, pelo que também tem de dominar a inteligência social.

É necessário que desenvolva a sua empatia, reconheça as emoções dos outros, tenha em atenção como estes veem as coisas, como se sentem, e use todas estas informações nas suas interações com os outros, de forma a ser mais eficaz. Como só o vai conseguir através da motivação, persuasão, desenvolvimento e crescimento, este tem de conseguir motivar os outros. Para o fazer, necessita de gerar empatia e interagir com os outros. Só assim conseguirá ser um grande líder.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

A Igreja e a cultura

            
Deus nos criou como seres sociais e instrui-nos a produzir uma cultura que reflita os princípios espirituais e morais de sua Palavra. A cultura é conhecida e propagada por intermédio das crenças, hábitos, comportamentos e valores de um povo. Como servos de Deus, vivemos em sociedade e fazemos parte de uma cultura. Todavia temos a mente de Cristo (1 Co 2.16), e devemos exercer influência sobre a cultura transformando-a segundo os valores do Evangelho de Cristo. Devemos observar que a cultura, apesar de fazer parte da criação divina, foi contaminada pela Queda de nossos primeiros pais Adão e Eva no Éden, por essa razão, os filhos do Reino devem examinar o seu ambiente cultural com base na Bíblia Sagrada. Há relatos de homens e mulheres piedosos que influenciaram a cultura dos seus dias, transformando-a pela eficácia da Palavra de Deus. É da vontade do Pai que a Igreja de Cristo influencie e transforme a cultura que a cerca, apresentando-se como sal da terra e luz do mundo.

I. A CULTURA ANTES E APÓS A QUEDA
 1. A natureza da cultura humana. Derivada do latim, a palavra “cultura” refere-se às produções sociais e aos costumes das sociedades humanas. A cultura de um povo manifesta-se através de seus hábitos, comportamentos, artes, crenças e valores. Criado por Deus, o ser humano foi por Ele dotado de extraordinária capacidade para administrar este mundo (Gn 1.28-30). A capacidade de criar e desenvolver uma cultura, é um dom divino. Nossa cultura pode e deve refletir o amor, a bondade e a verdade do Pai Celeste. Todavia, por causa do pecado, a produção cultural do ser humano acha-se comprometida pelo mal (Gn 3.5-10,17-19). Por isso, devemos submetê-la ao crivo das Sagradas Escrituras.
2. A cultura como beleza da criação. O Pai Eterno impregnou-nos com a sua imagem e semelhança (Gn 1.26), tornando-nos capazes de pensar, criar e comunicar-nos uns com os outros e com Ele próprio. Tudo o que fazemos tem um caráter social, seja cuidando da terra, seja zelando pelos animais ou administrando nossa família (Gn 1.28,29). Enfim, sempre que nos pomos a servir ao próximo, obedecemos aos mandamentos de Deus através de nosso fazer cultural (comissão cultural). Assim, glorificamos ao Senhor (Lc 6.9).
3. A Queda manchou a cultura humana. A Bíblia afirma que o pecado subjugou a humanidade, comprometendo toda a criação de Deus. Por isso, a criatura geme e espera por sua redenção (Rm 8.19-23). Logo, nenhuma produção cultural é perfeita, porque somos imperfeitos por natureza. E uma das coisas mais danosas que podemos fazer da cultura é adorar a criatura em lugar do Criador (Rm 1.18-25).

II. EXEMPLOS BÍBLICOS DE RELACIONAMENTO CULTURAL
1. Daniel discerne a cultura babilônica. O Império de Babilônia era singular em belezas artísticas, arquitetônicas, literárias e científicas. Indaga retoricamente o rei Nabucodonosor: “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real?” (Dn 4.30). Nesse contexto cultural, achava-se Daniel. Dotado de uma fé consistente e de um profundo conhecimento da lei divina, o jovem hebreu soube como discernir os prós e os contras da cultura babilônica. Ele examinava tudo e retinha o bem, conforme aconselha-nos Paulo (Dn 1.4; cf. 2.48,49; 1 Ts 5.21). Quando os valores de sua fé eram desafiados, Daniel não abandonava nem negociava com os seus princípios espirituais, morais e éticos (Dn 1.8; 6.6-10). Através de uma postura tão firme e corajosa, fez sobressair sua fé no Deus Único e Verdadeiro. É assim que devemos agir e reagir, como o povo de Deus, em relação ao contexto cultural no qual estamos inseridos.
2. Paulo, Barnabé e a transformação cultural em Listra. Na província romana da Galácia, havia uma cidade chamada Listra. O templo de Júpiter e de Mercúrio ocupava o centro da cidade, cujos habitantes, de ascendência cultural grega, acreditavam na humanização desses deuses. Segundo o poeta romano, Ovídio, Júpiter e Mercúrio desceram, certa vez, à Terra, disfarçados de viajantes. Recebidos por Filemon e sua esposa, Baucis, deram ao casal, como premiação pela acolhida, a incumbência de lhes guardar o templo em Listra. Tal crença ajuda-nos a entender melhor o capítulo 14 de Atos. A passagem narra a chegada de Paulo a Listra, onde curou um paralítico de nascença. Diante do milagre, os habitantes de Listra foram induzidos a pensar que os deuses achavam-se novamente entre eles. Por isso, chamaram a Barnabé de Júpiter e a Paulo de Mercúrio. Tal fato denota a idolatria que dominava a cultura greco-romana. Todavia, Paulo e Barnabé trataram de corrigir o engano. Assim, contrapuseram o Evangelho de Cristo à cultura pagã de Listra. E ali mesmo, estabeleceram uma igreja (At 14.21,22). Com Paulo e Barnabé, aprendemos o quanto devemos levar a sério a transformação cultural da sociedade por meio da prática da Palavra de Deus ( At 17.15-34).

III. O EVANGELHO, A IGREJA E A CULTURA
 1. O Evangelho e a cultura. Nascido judeu, Jesus foi educado na lei de Moisés, participou das festas anuais em Jerusalém, frequentou as sinagogas e, como ensinador, mostrou ao povo a singularidade da mensagem evangélica. Ele participou ativamente da história e da cultura judaica (Jo 1.14; Gl 4.4). E foi entre homens comuns que o meigo nazareno anunciou a mensagem de amor e de salvação (Mt 11.19). Tudo, dentro de um contexto cultural.
2. Igreja e cultura. A Igreja Primitiva deparou-se com várias questões de caráter cultural. Haja vista o concílio de Jerusalém (At 15). A relação entre os cristãos judeus e gentios era delicada e demandava muita diplomacia e tato por parte dos apóstolos, para que não houvesse conflitos entre ambos os grupos (Rm 2.12-16; 14.5-9). A cultura jamais deve ser motivo de divisões no seio da igreja. E uma vez que estamos inseridos num ambiente cultural, não podemos isolar-nos deste, mas utilizá-lo para comunicar a mensagem do Evangelho.
3. O despertamento cultural da Igreja. Assim como Daniel, Paulo e Jesus de Nazaré, a Igreja tem o dever de propor uma contracultura para esta sociedade. A mídia impõe sobre nós uma carga cultural completamente oposta aos valores do Evangelho. E o que a Igreja tem feito? Não há dúvida de que o Senhor deseja usar cada crente para levar a Palavra de Deus a um mundo que jaz no maligno. Esta é a nossa missão. A justificação das Escrituras para a construção da cultura começa em Gênesis. No limiar da Criação, a terra é sem forma, vazia, escura e não desenvolvida. Então, cumprindo uma série de etapas, Deus estabelece as características básicas da Criação: luz e escuridão, terra e mar acima e abaixo do firmamento, e assim por diante. Depois, todavia, Deus muda sua estratégia. Até o sexto dia, Deus fez todo o trabalho da Criação diretamente. Mas agora cria os primeiros seres humanos e os ordena a levar adiante de onde deixou: eles deveriam refletir sua imagem e exercer domínio sobre toda a Criação (Gênesis 1.26). Daí em diante, o desenvolvimento da Criação seria primeiramente social e cultural: seria o trabalho dos homens, enquanto obedecessem os mandamentos de Deus para povoar e subjugar a terra (Gn 1.28). Algumas vezes chamada de ‘comissão cultural’ ou ‘mandato cultural’, a ordem de Deus é a culminação de suas obras na Criação. A cortina foi erguida no palco, e o diretor dá às personagens a deixa inicial no drama da história. Embora tudo o que Deus criou tenha sido considerado ‘muito bom’, a tarefa de explorar e desenvolver os poderes e potenciais da Criação, a tarefa de construir uma civilização, Ele atribui aos portadores de sua imagem. ‘Em sendo frutíferos deveriam preenchê-la ainda mais; ao subjugá-la deveriam desenvolvê-la ainda mais. A mesma ordem ainda nos diz respeito hoje. Apesar de a Queda ter introduzido o pecado e o mal na história humana, ela não apagou o mandato cultural. As gerações desde Adão e Eva ainda têm filhos, constroem famílias e se espalham sobre a terra. Elas ainda criam animais e semeiam nos campos. Ainda constroem cidades e governos. O pecado introduz um poder destrutivo na ordem da Criação de Deus, mas não oblitera aquela ordem. Quando somos redimidos, não somos apenas libertados das motivações pecaminosas que nos dirigem, mas também restaurados para cumprir o propósito original, para fazer aquilo para o qual fomos criados: edificar sociedades e criar culturas e, assim, restaurar a ordem criada.
CONCLUSÃO

Se trabalhada de acordo com a Palavra de Deus, a cultura faz-se bela, verdadeira e útil. Ciente dessa verdade, a Igreja de Cristo não pode ficar impassível. Transformemos, pois, nossa cultura com a mensagem do Evangelho, pois, como prometeu o próprio Cristo, “as portas do inferno não prevalecerão contra [a Igreja]” (Mt 16.18). Nos primeiros seis dias da narrativa de Gênesis, Deus forma e enche o universo físico. Deus cria o primeiro casal humano para ter domínio sobre a terra e governá-la em seu nome. O texto deixa claro que os seres humanos não são governantes supremos, livres para fazer tudo que desejarem. Seu domínio é uma autoridade delegada — eles são representantes do Governador Supremo, chamados para refletir seu cuidado santo e amoroso para com a criação. Eles têm de ‘cultivar’ (palavra que tem o mesmo radical que ‘cultura’) a terra (Gn 2.15). O modo como expressamos a imagem de Deus pode ser demonstrado pela nossa criatividade e maneira de construir culturas. Este era o propósito de Deus quando criou o ser humano, e até hoje continua sendo seu propósito para nós. O plano original de Deus não foi cancelado pela queda. O pecado corrompeu cada aspecto da natureza humana, mas não nos fez menos que humanos. Não somos animais irracionais. Ainda refletimos “por espelho” (1 Co 13.12), “obscuramente”, nossa natureza original como portadores da imagem de Deus. Gênesis nos fala de nossa verdadeira natureza, das coisas que não podemos deixar de fazer, do modo como Deus criou cada ser humano com um fim específico. Nosso propósito é precisamente cumprir nossa natureza dada por Deus

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Conselhos para colocarmos em prática em 2014

                                         
Não assuma compromissos do tipo “vou iniciar uma dieta”, “vou começar alguma atividade física”, “vou terminar o curso de inglês”. Esse tipo de coisa serve apenas para acumular culpa e frustração sobre os seus ombros.



Trate os “lugares futuros imaginários” apenas como referência para a maneira como você vive hoje – faça valer a caminhada: se você chegar lá, chegou, se não chegar, não terá do que se arrepender. A felicidade não é um lugar aonde se chega, mas um jeito como se vai.




Não pense que você vai conseguir dar uma guinada na vida apenas mudando o seu visual. É a alegria do coração que dá beleza ao rosto, e não a beleza do rosto que dá alegria ao coração.




Não faça nada que vá levar você para longe das suas amizades verdadeiras. Amizades levam um tempão para se consolidar e um tempinho para esfriar, pois assim como a proximidade gera intimidade, a distância fragiliza os vínculos.



Não fique arrumando desculpas nem explicações para as suas transgressões. Quando cometer um pecado, assuma, e simplesmente diga “fiz sim, me perdoe”. Comece falando com Deus e não pare de falar até que tenha encontrado a última pessoa afetada pelo que você fez.



Não faça nada que cause danos à sua consciência. Ouça todo mundo que você confia, tome as suas decisões, e assuma as responsabilidades. Não se importe em contrariar pessoas que você ama, pois as que também amam você detestariam que você fosse falso com elas ou se anulasse por causa delas.



Não guarde dinheiro sem saber exatamente para que o está guardando. Dinheiro parado apodrece e faz a gente dormir mal. Transforme suas riquezas em benefícios para o maior número de pessoas. É melhor perder o dinheiro que ocupa seu coração, do que o coração que se ocupa do dinheiro.



Não deixe de se olhar no espelho antes de dormir. Caso não goste do que vê, não hesite em perder a noite de sono para planejar o que vai fazer na manhã seguinte. Ao se olhar no espelho ao amanhecer, lembre que com o sol chega também a misericórdia de Deus: a oportunidade de começar tudo de novo.



Não leve mágoas, ressentimentos e amarguras para o ano novo. Leve pessoas. Sendo necessário, perdoe ou peça perdão. Geralmente as duas coisas serão necessárias, pois ninguém está sempre e totalmente certo. Respeite as pessoas que não quiserem fazer a mesma viagem com você.



Não deixe de se perguntar se existe um jeito diferente de viver. Não acredite facilmente que o jeito diferente de viver é necessariamente melhor do que o jeito como você está vivendo. Concentre mais energia em aprender a desfrutar o que tem do que em desejar o que não tem.



Não deixe o trabalho e a religião atrapalharem sua vida. Cante sozinho. Leia poesias em voz alta. Participe de rodas de piada. Não tenha pressa de deixar a mesa após as refeições. Pegue crianças no colo. Ande sem relógio. Fuja dos beatos.



Não enterre seus talentos. Nem que seu único tempo para usá-los seja da meia noite às seis. Ninguém deve passar a vida fazendo o que não gosta, se o preço é deixar de fazer o que sabe. Útil não é quem faz o que os outros acham importante que seja feito, mas quem cumpre sua vocação.



Não crie caso com a mulher ou com o marido. Nem com o pai nem com a mãe. Nem com o irmão nem com a irmã. Caso eles criem com você, faça amor, não faça a guerra. O resto se resolve.



Não jogue fora a utopia. Ninguém consegue viver sem acreditar que outro mundo é possível. Faça o possível e o impossível para que esse outro mundo possível se torne realidade.



Não deixe a monotonia tomar conta do seu pedaço. Ninguém consegue viver sem adrenalina. Preste bastante atenção naquilo que faz você levantar da cama na segunda-feira: se for bom apenas para você, jogue fora ou livre-se disso agora mesmo. Caso não queira levantar da cama na segunda-feira, grite por socorro.



Não deixe de dar bom dia para Deus. Nem boa noite. Mesmo quando o dia não tiver sido bom. Com o tempo você vai descobrir que quem anda com Deus não tem dias ruins, apenas dias difíceis.



Não negligencie o quarto secreto onde você se encontra com seu eu verdadeiro e com Deus – ou vice-versa. Aquele quarto é o centro do mundo – o mundo todo cabe lá dentro, pois na presença de Deus tudo está e tudo é.



Não perca Jesus de vista. Não tente fazer trilhas novas, siga nos passos dEle. O caminho nem sempre será tão confortável e a vista tão agradável, mas os companheiros de viagem são inigualáveis.



Não caia na minha conversa. Aliás, não caia na conversa de ninguém. Faça sua própria lista. Escolha bem seus mestres e suas referências. Examine tudo. Ouça seu coração – geralmente é ali que Deus fala. Misture tudo e leve ao forno.



Não fique esperando que sua lista saia do papel. Coloque o pé na estrada. Caso não saiba por onde começar, não tem problema. O sábio disse ao caminhante que “não há caminho, faz-se caminho ao andar"

                                                                                                         Ed René Kivitz